Antônio Prado

Nossa História

No Princípio era Selva

A floresta milenar que revestia inteiramente os 386 Km² do atual município de Antônio Prado, permaneceu intocável, como ilha inacessível, até pelo ano de 1880. Nem os missionários jesuítas, que fundaram a Vacaria dos Pinhais, e o próprio Padre Francisco Ximenes, que em 1633 efetuou o levantamento da região, não puseram os pés aqui, assim como não fez a bandeira de Raposo Tavares em 1863.
Os fazendeiros dos Campos da Vacaria, no século XV, penetravam na mata que circunda o campo, ocupando terras para implantar suas lavouras e invernadas, entretanto, não ultrapassaram a atual linha divisória do município. Só indígenas, tape e coroado (caingangue) percorria as montanhosas paragens, cobertas de imensos pinhais, de cujo fruto alimentavam-se.
 

O Pioneiro Simão David de Oliveira

Simão David de Oliveira foi o primeiro cidadão que, por volta de 1880, se estabeleceu na margem direita do Rio das Antas. Viera a pé de São Paulo, penetrando no território gaúcho por Vacaria. A seguir, contornando o Rio Vieira, desceu até o Rio das Antas, de onde prosseguiu caminho até encontrar um lugar aprazível para construir seu rancho. Era o único trecho de terras planas, junto a foz do Rio Leão e do Arroio Tigre, por onde depois, em princípio de 1886, foi aberta a primeira picada que dava acesso a nova colônia italiana chamada Antônio Prado. Essa picada conhecida como Passo do Simão teve seu nome escolhido em homenagem a Simão David de Oliveira.
 

Fundação e Implantação da Colônia

Antônio Prado foi a sexta e última das chamadas "antigas colônias da imigração italiana", e foi fundada em maio de 1886. A partir daí, criada a nova colônia, começaram a ser destinadas verbas públicas para abertura de estradas, construção de balsas, medição de terras, construção de barracões, transporte e acolhimento dos colonos. Apesar dos importantes acontecimentos políticos pelos quais o país passava, como a proclamação da República e a Revolução Federalista em 1893, não houve interferência no processo de implantação de imigrantes em terras devolutas e cobertas de matas da Serra do Rio das Antas.
A revolução de 1893, agitando violentamente quase todos os recantos do estado, pouco podia interferir numa colônia recém-fundada, alcandorada entre paredões, sem estradas, animais de transporte e sem outros recursos econômicos, humanos e financeiros. Deixando de lado as agitações políticas que abalavam o país, a inspetoria e as comissões de medição de lotes e as de terras e colonização, prosseguiram seu patriótico trabalho de estabelecer mais de mil famílias no território do atual município de Antônio Prado.
 

O porquê do nome "Antônio Prado"

Ficou estabelecido em 1885 pelo Imperador do Brasil e por outras autoridades, que durante o período de 1886/87, seria criado um núcleo de colonização na margem direita do Rio das Antas. Este núcleo não tinha nome, por isso, o Bacharel Manoel Barata Góis, engenheiro-chefe da Comissão de Medição de Lotes, sugeriu e solicitou que fosse dado à nova colônia o nome de Antônio Prado, em homenagem a Antônio da Silva Prado, fazendeiro paulista que como Ministro da Agricultura da época, promoveu a vinda dos imigrantes italianos ao Brasil, e instalou núcleos coloniais no Rio Grande do Sul.