Secretaria de Turismo lança os novos trajes das Soberanas de Antônio Prado

A Prefeitura por meio da Secretaria de Comércio e Turismo realizou o lançamento dos trajes oficiais das soberanas de Antônio Prado. A cerimônia ocorreu na noite desta quinta-feira (17) no auditório da Faculdade de Antônio Prado (FAP).

A cerimônia contou com a presença do prefeito em exercício, Elias Zulian, da secretária de Comércio e Turismo, Patrícia Schenkel, secretários municipais, vereadores, representantes de entidades, empresários, imprensa e comunidade. Na oportunidade, foram apresentados os três trajes da corte de soberanas: oficiais, de passeio e kaftan. Os novos trajes foram exibidos em um desfile realizado pela rainha Ingrid Lodi Barison e princesas Amanda Falavigna e Ana Júlia Toresan Cavazzola.

O design e a confecção dos vestidos ficaram a cargo da artista visual formada pela UFRGS, Giovana Bocchese Leal. A profissional é de origem de uma das mais tradicionais famílias de Antônio Prado, conhecendo profundamente a história e cultura local. 

Segundo Giovana, os vestidos possuem o DNA de Antônio Prado, refletindo os valores e cultura da comunidade. “Esses foram o resultado de dois meses de trabalho, carregado de história e simbologia. Não seria possível, se não fosse pelo empenho de pessoas incríveis, e quando digo isso não falo por bajulamento e, sim, por reconhecimento de pessoas que se dedicaram a se desafiar para entregar o melhor de si para cumprir o que foi idealizado. Posso dizer que formamos uma família desta comunidade de imigração italiana que, com suas particulares habilidades, construíram um traje que vai ser responsável por divulgar nossa cultura, patrimônio e história”, afirma a artista.

Além de representar o município, os vestidos representam a união e a dedicação das pessoas da comunidade. “Os trajes foram feitos a várias mãos. Foi lindo ver esta produção nascer, pois quebramos paradigmas, mudamos o processo, envolvemos várias pessoas da nossa comunidade, cada uma com o sua expertise. Geramos oportunidades para novos talentos, geramos emoção, os vestidos que serão apresentados contam histórias”, explica Patrícia Schenkel.

A primeira atividade oficial do trio de soberanas com os novos vestidos será na Noite Italiana, neste sábado (19), no Centro de Eventos.

 

Confira como foi o processo e a inspiração 

Em meio à pesquisa ao Arquivo Histórico do Município, foram encontrados registros dos croquis da  1ª edição: Rainha do Centenário da Imigração Italiana, datada de 31/12/1985. Os originais estavam intactos e contendo os detalhes dos que seriam os trajes oficiais, valorizando os fatores preponderantes, os quais foram preservados até hoje: cultura através do artesanato e a conservação do patrimônio arquitetônico. Tais elementos foram base de referência para a construção dos atuais croquis, trazendo a inspiração das cores, desenho dos lambrequins e técnicas de artesanato no avental.

Como mencionado no jornal da época, "Casa da Neni: símbolo da criatividade arquitetônica popular", serviu como estímulo para os primeiros rabiscos da artista Giovana, com desenho de observação dos lambrequins, contido na primeira casa tombada (1985). Assim seguiram os próximos compilados, baseados em materiais do acervo do Museu que, juntos, formaram um novo arranjo utilizado para o bordado dourado (sendo esse à máquina), da veste que viria a se chamar de "Kaftan" ou sobreposição do traje oficial, primeira peça pensada para compor os vestidos das soberanas, feito em veludo molhado e com aplicação de chatons cristais, o que traduz sofisticação e elegância, ornada por joia confeccionada pelo joalheiro autoral local Cesar Cony. Foram pensados em seis adornos, do processo constam banho dourado com verniz cataforético e pedra de zircônia. São dois para cada soberana, sendo que um para o fechamento do Kaftan e outro para o cinto do traje oficial, são peças que remetem ao "olho de porão", ferragem feita para ventilação das janelas dos porões, assim como os lambrequins, que também eram símbolo de status social.

Os trajes oficiais estão alinhados ao seu referencial em cor e temática, sendo que a cor rosa, associada universalmente ao feminino e em seu sentido figurado remete à felicidade e à prosperidade, é para a rainha; já a cor azul, por ser um tom frio e associado à calma, tranquilidade e fé, é a cor para as duas princesas e o amarelo será representado pelo dourado e os tons terrosos da composição. Confeccionados em Crepe Armany, tecido atemporal e muito versátil, pois possui uma face fosca e outra acetinada suave, ótimo caimento e peso médio, perfeito para peças com movimento. Como forma de valorização da preservação do Patrimônio Histórico e Arquitetônico, serão aplicados bordados à mão com o desenho dos lambrequins da "Casa Tergolina Rizzieri" para o vestido da Rainha e uma adaptação do desenho dos lambrequins da "Casa Paim Sobrinho, Laurindo", conhecida como Casa dos Mânica, para os trajes das Princesas. A tradição do artesanato estará destacado na saia com a cor branca, através do crochê na saia da Rainha e do frivoletê nas saias das Princesas. Os trajes ainda apresentam bordados em tom pérola no barrado, renda guipir nos decotes e fita de veludo em tom café nas saias e detalhes das mangas.

Fonte/Fotos: Mayara Farias – Ascom Turismo